O POETA
Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847, em Muritiba (hoje Cabaceiras do Paraguaçu) na Bahia. Sete anos depois foi para Salvador acompanhando o pai, convidado a lecionar na Faculdade de Medicina. Desde criança tinha aversão às ciências matemáticas e paixão por ler, escrever e desenhar. Aos treze anos recitava pela primeira vez em público um poema de sua autoria. Em 1862, dirigiu-se para o Recife a fim de estudar para ingressar na Faculdade de Direito. Mas ainda esse ano começou a publicar seus trabalhos num jornal. Muito jovem, pouco se dedicava aos estudos, e muito à bebida, à boemia e aos seus versos. Ao conhecer a atriz Eugênia Câmara, recitou-lhe o primeiro de vários poemas que dedicou a ela. E com a ajuda de sua experiência teatral escreveu o drama ‘Gonzaga’, que lhe rendeu uma coroa de louros com a inscrição ‘Ao Gênio’. Pouco tempo depois, acrescentou ao seu repertório lírico a causa abolicionista, fazendo do amor e da liberdade seus temas de trabalho, como nos poemas ‘Vozes da África’ e ‘Navio Negreiro’. Com influência de Varela e Gonçalves Dias, Castro Alves iniciou um novo tipo de poesia brasileira, intermediária entre o romantismo clássico e o ultra-romantismo. Finalmente em 1864 ingressou na faculdade, mas não chegou a completá-la, por motivo de viagens pelo país. Primeiro devido à tuberculose, doença que viria a perturbá-lo pelo resto da vida. Depois, com a morte do seu pai em 1866, retornou mais uma vez à Bahia, onde se apaixonou por suas três vizinhas, escrevendo a famosa poesia ‘Hebréia’. Nesse mesmo ano fundou, ao lado de nomes como Rui Barbosa, uma sociedade abolicionista. Em 1868 partiu para São Paulo, berço dos intelectuais, onde passou a ser bastante respeitado. Ao romper seu relacionamento com Eugênia, isolou-se na Bahia onde sofreu um acidente e teve o pé amputado. Em 1870, recolheu-se numa fazenda no mesmo estado, realizando mais alguns trabalhos, entre os quais ‘Os Anjos da Meia-Noite’. Castro Alves morreu em 6 de julho de 1871, na capital baiana Salvador, deixando uma das maiores e mais consagradas obras da poesia brasileira
Poesias de Castro Alves
- Espumas Flutuantes, 1870
- A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876
- Os Escravos, 1883
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
- Navio Negreiro (1869)
- Tragédia no lar
"Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar."
Castro Alves
Olá Lea
ResponderExcluirAqui festejamos o dia da poesia no dia 21 de Março. Quando leccionava, os meus alunos recitavam poesias.Como o dia da poesia é no dia da Primavera/dia da árvore adoravam o poema que te mando aqui.
Poema de escola
Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo,
e o ovo, redondinho,
tem lá dentro um passarinho
novo.
Mas escusam de me atentar:
nem o tiro, nem o ensino,
quero ser um bom menino
e guardar
este segredo comigo.
E depois ter um amigo que faça o pino
a voar...
( de Miguel Torga)
Bjs
Elisa